segunda-feira, 23 de junho de 2008

CSCC - Contribuição Social para o Combate à Corrupção


A CPMF foi um imposto provisório, quase eterno, que durou 11 anos e quase foi prorrogada. Agora estão querendo "ressuscitá-la" com um nome diferente: CSS - Contribuição Social para a Saúde. Acontece que é um dever básico do governo prover assistência à saúde da população, que paga vários impostos para isso. Sem a CPMF, ou CSS, isso já é uma obrigação do governo. Esse imposto é absurdo, porque serve para tapar buracos que o próprio governo cava por incompetência, displicência e indecência! Não vamos deixar de observar que, mesmo com a CPMF, nunca o povo brasileiro teve uma assistência digna à saúde, ou seja, nem para tapar buracos serviu! Como pode ser isso? Ora, corrupção é a resposta.

Nosso país não precisa de mais leis, como muitos pensam, precisa de um governo moralmente correto que faça com que as leis que já existem funcionem de fato. Não precisamos de leis que criem novos impostos, precisamos que os senhores deputados, senadores, juízes, governadores, vereadores, prefeitos, dentre outros corruptos, parem de roubar o que é do povo!

Você sabia que a CPMF arrecadava, em média, 40 bilhões (1) de reais anualmente? É muito dinheiro para a saúde, não acha? Onde está a aplicação do mesmo? Não! Não venha me dizer que mais médicos são contratados, postos de saúde são construídos, mais remédios são fabricados, etc.. Quero saber da GARANTIA de atendimento DIGNO e EFICIENTE à população!

Você sabia que os nossos corruptos governantes e legisladores engordam seu patrimônio todos os anos com uma quantia de dinheiro que excede em muito à arrecadação anual da CPMF? Só com fraudes em licitações são 20 bilhões (2) de reais desviados dos cofres públicos. Pasme: estima-se que um total de 358 bilhões de reais sejam desviados anualmente. Isso é quase nove vezes a arrecadação da CPMF. Então podemos inferir que seria muito mais sensato investir pesado em combater a corrupção do que ficar metendo a mão cada vez mais fundo no bolso do cidadão, o qual acaba financiando as mansões, iates e orgias dos corruptos.

Sugiro ao povo brasileiro a extinção da idéia de criar a CSS e proponho a criação de um novo imposto: a CSCC - Contribuição Social para o Combate à Corrupção. O que acha? Esse imposto eu teria o maior prazer de pagar! Financiar o fim da corrupção no Brasil... Que maravilha!

É um sonho meu ver o povo indo às ruas, como os caras-pintadas, exigindo a criação de um imposto como o que propus, exigindo a realização de um referendo, que comprovaria abertamente o real desejo do povo. Os políticos não teriam como correr disso. Depois de ser aprovado, o novo imposto obrigaria por força de lei os governantes e legisladores a investir pesado e TRANSPARENTEMENTE no combate à corrupção. Eles seriam obrigados a DIVULGAR o que estivesse sendo feito, divulgar os resultados, os nomes dos corruptos e torná-los INELEGÍVEIS, porque é a frouxidão disciplinar atual que faz com que esses ladrões sintam-se tão à vontade. A punição deve ser exemplar, proporcional à tamanha responsabilidade depositada nas mãos desses sangue-sugas, para que os consuma de temor (lembrando que quem não deve não teme). Com essas medidas, certamente veríamos a saúde pública melhorar, nove vezes mais do que com a CPMF. Será que é utopia?

Vamos, meus compatriotas da República Federativa do Brasil, unidos acabar de uma vez por todas com essa aparência de governar e governar de verdade. Chega de políticos usufruindo de leis que os protegem de serem punidos por causa da roubalheira. Todo líder que se preza sabe que ele é o maior responsável pelo sucesso ou fracasso de uma equipe. Um líder, por definição não procura se isentar das responsabilidades. Vamos exigir que nossos líderes políticos se tornem alvo de suas próprias leis, assim como qualquer cidadão o é, como prova de sua integridade moral. Xô, CPMF! Xô, CSS!

Notas:
  1. iG Educa, 17/01/2008
  2. A Tarde On Line, 30/05/2007

domingo, 22 de junho de 2008

"Vou Olhar, Não Sou Cego!"


A frase que é o título dessa postagem, ouvi na quarta-feira passada, dia 18, de um senhor de idade na ocasião em que voltava do escritório de minha advogada. Havia recebido um dinheiro referente a um processo trabalhista que há muito tempo esperava. Estava um tanto eufórico, na parada de ônibus, aguardando condução para voltar ao trabalho. Foi quando duas moças muito bonitas vieram do sentido oposto e suas belezas me chamaram a atenção.

Antes de continuar, quero deixar uma coisa bem clara: sou cristão, sou humano, não sou perfeito. Erro todos os dias e me crucifico todos os dias. O que vou falar daqui por diante, pode ser escândalo para alguns, mas estou sendo sincero e não acredito que cometi erros na ocasião aqui narrada. Qualquer um pode sentir-se livre para tentar me convencer do contrário.

Continuando... as roupas que as moças usavam eram muito chamativas, porque revelevam muito de seus corpos esbeltos e bem definidos, de massas bem distribuídas. Pois é... você já deve ter chegado à conclusão de que dei uma "boa olhada" nelas para que as descrevesse desta forma. Foi depois que elas passaram por mim, que discretamente virei meu pescoço para ver o restante daquela beleza. Não é meu costume fazer isso, mas desta vez meus impulsos foram mais fortes do que minha determinação. Ao fazê-lo, notei que um senhor a uns 6 metros de distância, sentado em um banco, também olhava para elas. Ele virou para mim e, admirado, disse: "Vou olhar, não sou cego!".

Essa não é a primeira vez que olho para uma mulher na rua. E, apesar de acreditar que não há nada de errado neste ato (quando não exagerado), sempre fico num conflito interno. Acho que é porque sempre me pergunto se estou passando dos limites.
"Não podemos impedir que passarinhos sobrevoem nossa cabeça, mas podemos impedir que façam ninho nela" (autor desconhecido).
Aquele senhor veio em minha direção e se pôs ao meu lado. Começou a falar sobre o ocorrido, dizendo que as mulheres, ao vestirem-se daquela forma, não podem reclamar de olhares indiscretos, pois estão praticamente pedindo que eles assim o façam. Concordo com ele, porque, apesar de os homens possuirem o livre arbítrio (sendo indesculpáveis por isso), também são vítimas de suas concupiscências carnais.

Ele também falou sobre o valor que a mulher (não) se dá hoje, porque, disse ele, elas andam se revelando de todas as formas por aí, quer em suas vestimentas, quer em hábitos domésticos, quer em fofocas. Exemplificou, citando o hábito comum de várias mulheres de deixar suas calcinhas à vista em varais, varandas e banheiros. Ele disse-me que suas filhas têm esse hábito e as orienta para que não persistam nele, pois, diz ele, quando elas mostram suas calcinhas para o vizinho, estão convidando o mesmo a não somente vislumbrar aqueles panos, mas também a querer apalpar o próprio sexo delas!

O homem também disse que, no seu tempo, sua esposa não facilitava para que o marido visse sua intimidade assim... digamos... futilmente, a não ser "naqueles" momentos adequados. Pensei: a esposa dele se valorizava. E ele continuou, dizendo que se orgulha da idade que tem, 66 anos, e considera que já viveu muito, levando em conta hoje ser difícil alcançar essa longevidade num mundo de valores tão invertidos. Nossa conversa, neste momento, foi interrompida pela chegada de meu ônibus. Cumprimentei-o e o parabenizei pela sua conduta moral. É raro encontrarmos pessoas assim hoje.

A banalização da imagem feminina tem muito a ver com os problemas sociais acentuados com os quais tentamos viver atualmente. Deu no G1 Notícias:
"um estudo feito na Bélgica revela que a mera visão de um biquíni ou de uma peça de lingerie (sem nenhuma mulher acompanhando) é capaz de fazer um homem deixar o bom senso de lado e tomar atitudes impulsivas, como gastar grandes quantidades de dinheiro. Isso acontece porque ver uma bela mulher, ou qualquer coisa que lembre uma, aciona uma área no cérebro masculino que o faz buscar gratificação imediata: pode ser comprando algo caro, pode ser tomando uma cervejinha a mais, ou mesmo comendo um belo doce. Dada a opção de ter uma recompensa pequena na hora ou uma grande mais tarde, quase sempre eles preferem a primeira opção."
Certa vez um amigo me relatou a história de um garoto evangélico que reclamou, dizendo que seria tão mais fácil resistir ao pecado se as mulheres não mostrassem tanto o seu corpo em todos os lugares. Concordo com ele. O pior é que dentro da igreja existem irmãs que fazem jus a essa reclamação.

A mulher cristã deve ser um exemplo de discrição e sobriedade no seu vestir e, assim como todos os outros embaixadores de Cristo na Terra, devem elas, através do seu exemplo, ser um conduto de salvação às almas perdidas. Você, mulher cristã, quando sai em público, que efeito sua imagem está exercendo sobre as almas, construtor ou destrutor? Para honra ou vergonha de Deus? Pense nisso.

domingo, 15 de junho de 2008

"Não Piratearás"?


Rodrigo Galiza

Uma reflexão sobre as implicações éticas da pirataria atual

Os piratas eram ladrões dos mares que tinham

"coragem, crueldade, sede de poder, persistência e resistência" (1).
Eles eram contratados pelos reis para roubar as cargas de navios de outros países. O auge de suas façanhas aconteceu no século XVIII. Os mais famosos eram da Inglaterra, como Francis Draker e o capitão Edward Teach, conhecido como Barba Negra. O dicionário Houaiss define pirata, além de aventureiro marítimo, como aquele
"que se apossa, ilegalmente e pela força dos bens de outrem; bandido, ladrão." (2)
Hoje não existem mais piratas nos moldes do século XVIII, com seus navios e espadas de guerra. Atualmente, essa expressão tem sido usada para caracterizar dentre outras coisas, àquele
"que não respeita os direitos de autoria ou de reprodução que vigoram sobre determinadas obras ou produtos (literários, musicais, de informática, etc.), seja produzindo, ou utilizando cópias ilegais dessas obras ou produtos." (3)
Os piratas contemporâneos (4) não pagam impostos por seus produtos fabricados e comercializados. Com isso, os produtores originais e legais, tendem a vender seus produtos com preços mais elevados. O resultado é lógico: vendas caem, produção diminui, faturamento declina e o número de desempregados aumenta (5). Por ser ilegal, o governo também não recolhe os tributos que são obrigatórios por lei, resultando em menos investimento para a população.

Além disso, são infringidos os direitos autorais garantidos legalmente. As perdas de direitos autorais, só nos Estados Unidos, chegaram a quase 771 milhões de dólares em 2002 (6). Os falsários estão normalmente ligados a organizações criminosas internacionais (7). Por isso, de acordo com esse último dado, o dinheiro ganho com a pirataria acaba, em sua maioria, nas mãos de grandes criminosos.

"Não piratearás"?

De acordo com um site evangélico e testemunho pessoal, a pirataria tem penetrado nas igrejas cristãs (8), inclusive na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Será que a pirataria quebra algum princípio cristão?

A lei de Deus foi dada no monte Sinai a Moisés, mas seus princípios

"existiam antes da criação do homem" (9),
e por isso devem ser guardados (Salmos 19:11; João 14:15; I João 2:4,5; 5:2,3, dentre outros). De acordo com Michael Horton,

"os dez mandamentos enfatizam o que cada um de nós deve ao seu próximo, não o que cada um de nós tem o direito de esperar dele" (10).
O espírito da lei de Deus tem como princípio olhar o bem do próximo e não só o direito individual. (11)

Com esse pensamento, Horton argumenta que o oitavo mandamento

"requer de nós o respeito pelo direito do próximo à propriedade privada" (12).

Pois não haveria roubo sem que existisse o direito da posse que Deus outorga a cada pessoa (13). Sabendo pois, que todas as coisas pertencem a Deus e Dele recebemos tudo (Salmos 24:1; Ageu 2:8), roubar seria, em última instância, um pecado não só contra o homem (a imagem de Deus), mas contra o próprio Deus (14).

Mas será que a pirataria é um roubo? Quando esse mandamento é violado? Alguns princípios estão por trás desse mandamento tão pequeno. Primeiramente, os piratas

"não tem o menor respeito pela propriedade alheia",

por não estarem respeitando o direito do próximo, além de estarem
"lesando aqueles que se sacrificam para realizar seus trabalhos." (15)
A Bíblia afirma que os trabalhadores são dignos de seu salário (Lucas 10:7, I Timóteo 5:18).

Ellen G. White, comentando esse mandamento, diz que através deste princípio, Deus

"exige estrita integridade nos mínimos detalhes dos negócios da vida."

Ademais, ela argumenta que
"o oitavo mandamento (...) proíbe toda espécie de desonestidade, injustiça ou fraude, embora dominantes, embora dissimuladas por pretextos plausíveis."
E mais:
"a Bíblia condena toda espécie de desonestidade e requer o reto procedimento sob todas as circunstâncias" (16).
Horton apresenta a mesma posição de Ellen G. White. Ele diz que, embora, recebamos apenas "o pão nosso de cada dia", Deus nos deu mais do que merecemos, e por isso
"violar o direito do nosso próximo à privacidade e à propriedade é roubar não apenas ao próximo mais a Deus de quem são essas dádivas" (17).

O professor de ética do curso de Teologia do Unasp, Dr. José Miranda Rocha, sustenta que há duas "formas de suprimir o direito de propriedade:

  1. Prevista na Bíblia: medidas desonestas (Amós 8:4-5; Provérbios 20:10; Deuteronômio 25:13-16) e fraude de impostos (Mateus 22:21; Romanos 13:7);
  2. Não previstas na Bíblia: furto de direitos autorais de publicações, músicas, gravações, voz, imagem, etc" (18)
Comparando o que é a pirataria atual com esses princípios morais, pode-se notar que é possível ler na essência do oitavo mandamento: "não piratearás".

Obediência aos governos terrenos

Outro princípio envolvido na questão dos direitos autorais é a submissão aos governos temporais. Algumas passagens da Bíblia (Romanos 13:1-3; Tito 3:1-5) mostram que devemos obedecer às autoridades governamentais por serem elas instituídas por Deus.

No caso do Brasil, a Carta Magna que rege a nação é a Constituição Federal, promulgada em 1988. Nela, há uma seção sobre Direitos e Garantias Fundamentais. Em seu artigo 5º § 27 diz:

"aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar" (19).

De acordo com B.S. Araújo, "Os direitos autorais estão garantidos na Lei nº. 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 que atualiza e consolida tais direitos no art. 5º § 7, art. 7º § 5, art. 9º, art. 28º, art. 29º, art. 87º e art. 93º. O não cumprimento da Lei é um total desrespeito não só ao proprietário da obra gravada como também as autoridades constituídas.

A lei é clara quanto a classificar a pirataria como um ato criminoso e ilegal. Será que estaria correto, como cristãos que foram ordenados pelo próprio Jesus a obedecerem aos governos terrestres (Mateus 22:21), quebrar a lei fazendo cópias ilícitas?

Justiça social de Robin Hood

Apesar das evidências bíblicas e éticas, existem alguns ainda, por ignorância ou obstinação, que tentam desculpar a pirataria. A lógica dessa posição está no pressuposto de que é lícito roubar do rico para dar ao pobre, haja vista que a maioria da população não tem poder aquisitivo para comprar os produtos originais (20). Portanto, estes argumentam que é justo adquirir algo, ainda que ilegalmente, mas moralmente correto. Outros usam a "filosofia" de Robin Hood comparando a injustiça dos preços das mercadorias (que em sua maioria possuem realmente um preço injusto) com a situação de várias pessoas desempregadas. Concluem que como o erro é cometido pelos produtores, os consumidores podem (e até para alguns, possuem o direito de) cometer uma ilegalidade "moralmente correta" (21).

O articulista Ethevaldo Siqueira do jornal O Estado de São Paulo reage a esse pensamento:

"O raciocínio final é aterrador, como a justiça social de Robin Hood. Mas tem sua lógica. Mostra, no entanto, a aceitação crescente da tese de que a pirataria se torna a única saída para os milhões de excluídos. Com isso, justificam o assalto generalizado à propriedade intelectual" (22).

Para Michael Horton, a ênfase dos mandamentos de Deus

"recai nas responsabilidades no lugar da obsessão moderna sobre os direitos" (23).

Horton acrescenta que:
"Deus requer de nós: que cumpramos nossas obrigações, sejamos fiéis aos nossos contratos, paguemos nossos débitos e honremos nossa palavra. Qualquer coisa aquém disso é fraude, indiferentemente do quanto pensamos que a outra parte "merece" o que devemos" (24).
Conclusão

Piratas são ladrões, e aqueles que roubam não respeitam ao seu próximo nem a Deus, que deu o direito de posse a todos os seres humanos. Fazer cópias ilícitas traz inúmeros prejuízos a muitas pessoas, além de ser uma violação das leis humanas e divinas. Um dos argumentos usados pelos piratas, a chamada justiça social de Robin Hood, não possui apoio bíblico. Tendo em vista que, para os cristãos, os princípios não mudam mesmo quando quebrados, e que não é justificável fazer o ilícito, ainda que esse tenha uma boa aparência.

Notas
  1. http://www.popa.com.br/docs/livros/rb/piratas.htm acessado em 10/05/05
  2. HOUAISS, Antônio. VILLAR, Mauro de Sales. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
  3. http://www.vivos.com.br/151.htm acessado em 10/05/05
  4. a partir de agora a expressão "pirata" aplica-se somente ao conceito mais recente
  5. Revista Exame de 29 de outubro de 2003. Artigo "A cópia que mata" por Cristiane Correa e Sérgio Teixeira Jr. p. 42-52. Editora Abril.
  6. Idem. p. 43
  7. Idem.
  8. http://www.vivos.com.br/151.htm acessado em 10/05/05
  9. WHITE, Ellen G. Mensagens escolhidas vol. 1. Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985. p. 230
  10. HORTON, Michael. A Lei da perfeita liberdade – A ética bíblica a partir dos dez mandamentos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2000. p.169
  11. WHITE. Desejado de todas as nações. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000. p.20, 21. idem. Educação. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997. p.76 e 77. idem. Maior Discurso de Cristo. Tatuí,SP: Casa Publicadora Brasileira, 1999. p.46.
  12. HORTON, Michael. A Lei da perfeita liberdade – A ética bíblica a partir dos dez mandamentos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2000. p.170
  13. Idem.
  14. Idem. 173
  15. http://www.vivos.com.br/151.htm acessado em 10/05/05
  16. WHITE. Filhos e filhas de Deus. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005. p. 63.
  17. HORTON, Michael. A Lei da perfeita liberdade – A ética bíblica a partir dos dez mandamentos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2000. p.173
  18. José Miranda Rocha. Apostila de Ética do SALT fev. 2005.
  19. MORAES, Alexandre de (organizador). Constituição da república federativa do Brasil - de 5 de outubro de 1988. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2002.
  20. Revista Exame de 29 de outubro de 2003. Artigo "A cópia que mata" por Cristiane Correa e Sérgio Teixeira Jr. p. 42-52. Editora Abril. p.46.
  21. http://www.estadao.com.br/tecnologia/coluna/ethevaldo/2004/ago/25/134.htm acessado em 10/05/05
  22. Idem.
  23. HORTON, Michael. A Lei da perfeita liberdade – A ética bíblica a partir dos dez mandamentos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2000. p.169
  24. Idem. p.179
Rodrigo Galiza é aluno de Teologia e Jornalismo do Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP.

Fonte: Música Sacra e Adoração

Nota: Belíssimo e completo estudo! Coisas como essa justiça social de Robin Hood são sustentadas por pessoas que não possuem embasamento bíblico, que um dia ouviram de alguém e propagaram essas idéias sem dedicar-se a um esmerado estudo da Palavra de Deus para confirmar se são princípios divinos. Isto se chama justiça humana. Para discernir o certo do errado devemos tão-somente confiar na sabedoria divina expressa na Palavra de Deus, que é perfeitamente suficiente. [Cláudio]

Existe Religião Oficial no Brasil?


"Sob o argumento de que 'somos todos irmãos em Cristo', a Prefeitura de Timon (430 km de São Luís, MA) descontou R$ 5 no salário de 1.658 servidores municipais para ajudar a pagar uma dívida de R$ 132 mil da Diocese de Caxias, da qual faz parte a paróquia local." (Folha Online, 05/06/2008)

Qual seria sua reação se isso acontecesse com você e a doação fosse para um templo budista, ou muçulmano, ou satanista? Desde 1988, a Constituição Brasileira "reza" que nosso país não possui religião oficial, mas atitudes como a da prefeitura mencionada acima nos mostram uma tendência contrária. Veja a Lei 6.802/80, que instituiu um feriado católico como sendo oficial, o 12 de outubro, o dia de "culto público e oficial à Nossa Senhora Aparecida". Culto público e "oficial"? Mas o Brasil não é um país laico, ou seja, sem religião oficial?

Se os católicos têm direito, então, será que eu, como adventista do sétimo dia, poderia reivindicar a criação de uma lei que tornasse o sábado no dia "oficial" de descanso dos brasileiros? Todos os sábados seriam feriados, já que é o dia da semana mencionado na Bíblia em Êxodo 20:8-11 como dia santo, separado. Por que não, se existem vários feriados católicos obrigatórios em nosso calendário? Será que um católico gostaria que sua empresa fechasse as portas todos os sábados por causa de um dia que não reconhece como sagrado? O que um cidadão ateu acharia se houvesse o dia nacional de NÃO-DOAÇÃO de sangue, como homenagem à crença das Testemunhas de Jeová de que a doação de sangue é pecado, e fosse proibido de doar sangue para um filho seu que está morrendo? É preciso refletir sobre isso.... Abaixo, alguma coisa sobre o que a Constituição "reza" sobre nosso país laico e a liberdade de culto:

"É vedado à União, aos Estados, e ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles relação de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da Lei, a colaboração de interesse público" (Artigo 19)

"VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos, e, garantida na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias." (Artigo 5º)

Como vimos na lei, todos temos direitos iguais, independentemente de crença.

É lamentável ver, em alguns concursos públicos, cristãos adventistas do sétimo dia (que não podem fazer prova no período que vai das 18h da sexta-feira até às 18h do sábado) tendo que ficar isolados em outras salas no dia da prova (sábado), desde a hora de início da mesma até às 18h, para somente então poderem realizá-la. Alguns podem até dizer: "é para que não haja fraudes". Por que, então, não realizar uma prova separada para os adventistas, já que é um direito deles??? Alguns podem até dizer: "o custo seria elevado". BINGO! Eis aí um problema moral sério de nossa sociedade: valorizar mais o dinheiro do que as pessoas, egoísmo, etc.. Esta é uma evidência de inversão de valores que explica muito bem o porque de nossa legislação contraditória, que privilegia muitos, em detrimento de outros tantos... Eis a condição de nosso país, condição do povo que constitui nosso país.

Se você deseja obter mais detalhes sobre os direitos iguais que todos os cidadãos brasileiros têm, no que se refere à manifestação religiosa, segue um link com maiores informações contundentes: http://www.direitonosso.com.br/artigo40.htm

Esse tipo de desigualdade existe no Brasil por causa de pessoas que estão no poder e que não têm interesse algum na democracia. Leis como esta que "oficializa" um dia de culto à Nossa Senhora Aparecida são inconstitucionais e preconceituosas. Nosso Salvador já havia predito a existência de tais pessoas, que possuem uma aparência de boas intenções, de bondade, mas, na prática, negam sua eficácia:

"Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta- te também desses. [grifo meu]" (II Tim. 3:1-5)

Peço a você, agora que está sabendo disso, que exerça sua cidadania e propague os princípios que aprendemos aqui, divulgando aos que lhe rodeiam sempre que for oportuno. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe. Amém!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Controle da Opinião Pública


“Quando eu uso a palavra”, disse Humpty Dumpty num tom desdenhoso, “ela significa exatamente o que eu quero que signifique – nem mais nem menos”. “A questão é”, disse Alice, “se você pode fazer uma palavra significar tantas coisas diferentes”. “A questão é”, disse Humpty Dumpty, “saber quem manda. Isso é tudo”
(Lewis Carrol, Alice Através do Espelho).

A arte de convencer pela palavra é muito antiga, já dizia meu professor Nilson Lage. Em sua forma moderna, a propaganda política foi inaugurada pelo bolchevismo e especialmente por Lênin e Trotsky. Mas mesmo antes deles houve líderes que reconheceram sua importância. Napoleão Bonaparte foi um desses. Ele disse:

"Para ser justo, não é suficiente fazer o bem, é igualmente necessário que os administrados estejam convencidos. A força fundamenta-se na opinião. Que é o governo? Nada, se não dispuser da opinião pública."

Mas foram Hitler e Goebbels que (infelizmente) utilizaram com maior sucesso as técnicas de controle à opinião pública e, assim, acabaram dando enorme contribuição à propaganda moderna.
Mas o que é propaganda?

"A propaganda é uma tentativa de influenciar a opinião e a conduta da sociedade, de tal modo que as pessoas adotem uma conduta determinada",

escreveu Bartlett, em Political Propaganda. E qual a diferença, então, entre propaganda e publicidade? Jean-Marie Domenach, em seu livro A Propaganda Política, à página 10, responde:

"A publicidade suscita necessidades ou preferências visando a determinado produto particular, enquanto a propaganda sugere ou impõe crenças e reflexos que, amiúde, modificam o comportamento, o psiquismo e mesmo as convicções religiosas ou filosóficas."

Pesquisa de opinião pública encomendada pelo Ministério da Justiça e pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) ao Ibope mostrou que, para 30% dos pesquisados, a televisão é o principal veículo informativo e, para muitos, 28%, formativo. Ela é avaliada como uma importante fonte de atualização de conhecimentos e de entretenimento. No entanto, a maioria dos entrevistados, 57%, afirmou não se preocupar com o conteúdo da programação televisiva.

Poder de influenciar somado ao desinteresse pelo conteúdo dos programas. Eis aí a fórmula ideal para o controle da opinião pública.

A partir do momento que se percebeu que o homem médio é um ser essencialmente influenciável, e que é possível mudar-lhe as opiniões e as idéias, os especialistas passaram a utilizar em matéria política o que já se verificara viável do ponto de vista comercial.

Assim, as campanhas eleitorais nos EUA - com suas "paradas", orquestras, girls e cartazes, que são um verdadeiro e ruidoso reclamo - pouco diferem das campanhas publicitárias. Os candidatos são oferecidos ao público como produtos em uma loja.

"Os poderes destrutivos contidos nos sentimentos e ressentimentos humanos podem ser utilizados, manipulados por especialistas",

disse J. Monnerot. E para isso são utilizadas leis específicas. Vamos a elas.

LEI DA SIMPLIFICAÇÃO E DO INIMIGO ÚNICO

Consiste em concentrar sobre uma única pessoa as esperanças do campo a que se pertence ou o ódio pelo campo adverso. Reduzir a luta política, por exemplo, à rivalidade entre pessoas é substituir a difícil confrontação de teses. No caso do nazismo, os judeus acabaram eleitos como o "inimigo único".

Um bom exemplo contemporâneo foram as campanhas presidenciais brasileiras de 1989. Em Fernando Collor de Mello se depositaram todas as esperanças - muitas delas trabalhadas pelos meios de comunicação - do povo brasileiro: um presidente jovem, esportivo, religioso e aparentemente honesto, pois prometia acabar com os "marajás".

LEI DA AMPLIAÇÃO E DESFIGURAÇÃO

A ampliação exagerada das notícias é um processo jornalístico empregado correntemente pela imprensa, que coloca em evidência todas as informações favoráveis aos seus objetivos. Exemplo: a greve nacional dos petroleiros, em 1998. Os veículos de comunicação (especialmente a Globo) anunciavam com freqüência que os combustíveis, principalmente o gás, iam faltar. Ressaltavam os problemas que adviriam da falta de gás. Mostravam as filas de compradores em busca de seus botijões. Assim, garantiram a opinião pública desfavorável aos petroleiros.

LEI DA ORQUESTRAÇÃO

A primeira condição para uma boa propaganda é a infatigável repetição dos temas principais. Goebbels dizia:

"A Igreja Católica mantém-se porque repete a mesma coisa há dois mil anos. O Estado nacional-socialista deve agir analogamente."

Adolf Hitler, em seu Mein Kampf, escreveu:

"A propaganda deve limitar-se a pequeno número de idéias e repeti-las incansavelmente. As massas não se lembrarão das idéias mais simples a menos que sejam repetidas centenas de vezes. As alterações nela introduzidas não devem jamais prejudicar o fundo dos ensinamentos a cuja difusão nos propomos, mas apenas a forma. A palavra de ordem deve ser apresentada sob diferentes aspectos, embora sempre figurando, condensada, numa fórmula invariável, à maneira de conclusão."

Portanto, a qualidade fundamental de toda campanha de propaganda é a permanência do tema, aliada à variedade de apresentação.

Quantas vezes já não ouvimos: "O Brasil é um ótimo País para se viver. Não há guerras, terremotos, catástrofes..." Ao transmitirem os infortúnios de outros países e noticiarem, apenas de modo superficial, problemas brasileiros, os meios de comunicação estão contribuindo para manter o status quo.

LEI DA TRANSFUSÃO

A propaganda não se faz do nada e se impõe às massas. Ela sempre age, em geral, sobre um substrato preexistente, seja uma mitologia nacional, seja o simples complexo de ódios e de preconceitos tradicionais. É o que os oradores fazem quando querem amoldar uma multidão ao seu objetivo: jamais contradizem as pessoas frontalmente, mas de início declararam-se de acordo com ela.

A maior preocupação dos propagandistas reside na identificação e na exploração do gosto popular, mesmo naquilo que tem de mais perturbador e absurdo.

Tomemos como exemplo a luta pela preservação da Amazônia. A quem interessa? Que interesses estão por trás? Até chavões como "a Amazônia é o pulmão do mundo" - equivocado, do ponto de vista biológico - foram criados para garantir que os donos do "quintal" não o explorem (desde que com responsabilidade), como os países industrializados já o fizeram, desastrosamente.

LEI DA UNANIMIDADE

Baseia-se no fato de que inúmeras opiniões não passam, na realidade, de uma soma de conformismo, e se mantêm apenas por ter o indivíduo a impressão de que a sua opinião é esposada unanimemente por todos no seu meio. É tarefa da propaganda reforçar essa unanimidade e mesmo criá-la artificialmente.

Quando Ayrton Senna morreu, os meios de comunicação trataram de transformá-lo num ídolo, até mesmo para pessoas que pouco sabiam sobre Fórmula 1. Ao ser perguntada por um repórter sobre o que estava sentindo, uma mulher respondeu:

"Estou muito triste. Eu nem sabia o quanto amava o Ayrton."

Não sabia mesmo, até a mídia dizer isso a ela.

É preciso que as pessoas conheçam os mecanismos de controle de opinião. Principalmente os profissionais de comunicação, para que não entrem nessa ciranda de manipulação e façam jornalismo ético e responsável.

(Texto extraído do Blog do Michelson Borges, 25.01.2006)

Nota: Podemos concluir que todos, de uma forma ou de outra fazemos parte de alguma grande massa influenciada por terceiros. Sabendo disto, podemos agora perceber quão importante é conhecer essas estratégias, pois revelam segundas intenções e o descaso para com o que é reto, justo e realmente bom. Não se deixe manipular, critique! [Cláudio]

domingo, 8 de junho de 2008

Como Nasce Um Paradigma...


É com muita satisfação que inauguro meu primeiro blog. Já tinha um tempo, pensava em fazer um, mas me perguntava: "Será que terei disposição de atualizá-lo regularmente? Será que meus textos despertarão interesse, provocarão reflexão?".

Depois de algum tempo acompanhando outros blogs, comecei a considerar a hipótese de criar um para mim. Mas, ontem, um amigo, Kristian Vasconcelos, me deu o empurrãozinho que estava faltando (que não precisou ser tão forte assim) e disse-me: "Por que você não faz um blog?". Foi o suficiente. Amigo do peito. Me deu essa idéia depois de ficar me ouvindo falar durante vários minutos sobre algumas mensagens que eu mando, de vez em quando, via correio eletrônico para meus contatos sobre temas que considero interessantes.

Enfim, está aqui o blog. Creio estar fazendo minha parte diante de Deus e dos homens no sentido de contribuir para que pessoas sejam levadas a questionar a realidade na qual se encontram, "para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos" (Lucas 4:18), liberdade de um engano que está aí desde antes de nascermos.

Por vezes, pessoas no mundo inteiro foram levadas a crer em mentiras, como se fossem verdades absolutas. A Alemanha nazista foi uma prova disso, onde um psicopata obstinado por poder, que nem alemão era (era austríaco), Adolf Hitler, fez quase toda a nação crer numa raça supostamente superior, a qual deveria impor seu domínio ao mundo. E milhões de vidas se perderam por causa desse paradigma patético. Pessoas adoravam o Führer como a um deus, e cometeram tamanhas atrocidades sem nunca, ao menos, terem se perguntado: "por quê?".

Poucas pessoas sabem, mas Hitler usou muito bem a máquina administrativa do Estado Alemão aliada a estratégias de marketing extremamente simples para conseguir fazer o que fez. Num próximo post, falarei com mais detalhes sobre pessoas que foram mestres em influenciar a opinião pública e as respectivas estratégias que utilizaram. Por hoje, a pequena estória abaixo nos mostra como nasce um paradigma e como o ser humano é facilmente manipulável:
"Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas.

Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos.

A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.

Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato.

Um quarto e, finalmente,o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: 'Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...'.

Você não deve perder a oportunidade de passar esta história para seus amigos, para que, vez por outra, questionem-se porque estão batendo..." (Autor Desconhecido)

"É mais fácil desintegrar um átomo do que quebrar um paradigma." (Albert Einstein)

Espero que tenham gostado da leitura e que a mesma possa ter cumprido o objetivo deste blog: informar para construir uma sociedade melhor e mais justa. Que Deus nos abençoe. Aguardo você no próximo post. Até breve!
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