terça-feira, 10 de julho de 2018

"A culpa é minha e eu boto em quem quiser!" (Homer Simpson)



Você Não É Perfeito, Me Deixe Errar em Paz

Quero fazer aqui uma reflexão sobre um hábito que tem impedido muitas pessoas de crescer mais do que realmente crescem. Me refiro ao crescimento pessoal, não o material, mas registre-se o fato de que o baixo crescimento pessoal contribui para menos chances de crescimento material. Estou falando do hábito de culpar qualquer coisa ou pessoa pelos próprios erros, menos a si mesmo.

Não vou abordar o assunto com muitas palavras minhas, mas deixarei que outras fontes falem mais. Isso, porque, apesar de o comportamento e psiquê humanos serem um tema que despertam um interesse extraordinário em mim, não sou especialista no assunto, mas também não acho que entenda pouco, sou estudioso, e, no afã de comprovar algumas coisas que já faziam parte de meu discurso em aconselhamentos que dei e ainda dou, fui atrás de comprovar se estes conceitos que carrego, que são impopulares e desgostosos para muitos, realmente fazem sentido ou se só pertenciam a um mundo de ideias loucas e insensíveis.

Em minha experiência, vejo que pessoas, ao serem corrigidas, usam comumente estas duas desculpas: que ninguém pode julgá-las ou que ninguém é perfeito. “Não me julgue!”, “Só sabe olhar os meus erros, como se você fosse perfeito”. As duas frases, na verdade, são a tentativa de dizer a mesma coisa: que uma pessoa é incompetente para julgar a outra. Só uma tentativa. Focando no mundo cristão, é uma tentativa consciente ou inconsciente de desvirtuar os ensinamentos bíblicos que falam sobre o julgamento que não é reto, ou seja, que não é pelos parâmetros bíblicos. Iremos ver que um julgamento reto pode ser feito, principalmente se aquilo que estamos julgando (analisando, criticando, não sentenciando) não é motivo de falha na vida pessoal de quem julga e, mesmo que haja falha, se for uma falha abandonada, não é impedimento para julgar.

Dizer que não se pode julgar só por não ser perfeito, por todos serem pecadores, dá margem para dizermos, como exemplo, que uma pessoa que nunca teve vícios, mas resistiu a todas as tentações, não pode aconselhar um viciado, porque o primeiro tem o defeito de não obedecer às leis de trânsito. É uma falha? Sim. Isto o torna imperfeito? Sim. Mas isto o incapacita de aconselhar ou corrigir na questão do vício? Não! Este é o problema de quem diz “não me julgue” ou “você não é perfeito”: generalizam onde lhes convém e especializam onde lhes convém, mas no fundo sabem que existem incontáveis defeitos, e que, muitas vezes, um não tem a ver com o outro e, por isso, não impediriam o julgamento. Se assim não fosse, ninguém poderia julgar e seriam extintos os pais (não é o que está acontecendo?), os juízes, os agentes de trânsito, os conselheiros matrimoniais, juntamente com toda e qualquer possibilidade de análise e viveríamos uma anarquia total (não parece que estamos chegando lá?), porque todos têm defeitos e ninguém é perfeito.

Deixo-vos agora com a opinião de pessoas que entendem mais do que eu. São apenas alguns trechos, mas recomendo e faço o desafio à leitura completa das fontes citadas ao final.

Não julgueis! Será mesmo?
“Deixar de exercer juízo sobre as pessoas e seus comportamentos em sociedade é escancarar as portas para que em pouquíssimo tempo coisas que hoje, ainda, são absolutos inquestionáveis tornem-se questionáveis, combatidos e vencidos. [...]

“Se o ser humano excluiu Deus de sua agenda e trabalha numa velocidade cada vez maior para extinguir todos os valores judaico-cristãos extraídos da Escritura Sagrada que ajudaram a construir toda a moral e ética do ocidente, o que vai nos restar? Qual balança iremos usar? A qual absoluto iremos recorrer? Gente, se cada um tem a sua verdade, pensa o que quer, faz o que quer, se não existe absoluto moral algum porque ninguém pode julgar ninguém em nome do amor, quem poderá falar com propriedade sobre o que é certo ou errado? […]

“O julgamento cristão nunca deve ser desprovido de compaixão e amor por aquele que está sendo julgado. O próprio Deus “corrige a quem ele ama e castiga a quem ele aceita como filho” (Hb 12.6-7). Dizer que Jesus condena todo e qualquer julgamento é infantilidade mimada de quem busca um espaço inexistente nos ensinos bíblicos para avalizar suas práticas erradas. O próprio Cristo combate a postura infantil dos judeus de sua época e ordena: “julguem segundo a reta justiça”, leiam João 7 e tirem suas próprias conclusões. O mesmo Jesus que diz “não julgueis”, agora diz “julgai segundo a reta justiça”? Está Cristo se contradizendo ou somos nós que não estamos o entendendo? […]

“Com esse discurso politicamente correto de “não julgueis” estamos barateando o sacrifício de Jesus [...]. As vezes tenho a impressão que em certas ocasiões a expressão “não julgueis” significa muito mais um “deixe-me pecar em paz” do que qualquer outra coisa. Sinceramente, esse pensamento me assusta. [...] Por mais formoso que possa parecer aos nossos olhos, o pecado é mau e nos afasta de Deus. Parece que estamos tentando arrumar uma desculpa para trilhar exatamente o caminho oposto. O ser humano é pecador e vai cair, sim! Vai pecar, sim! E justamente nesta hora temos de ser ainda mais amorosos e gentis com aquele que cai, estendo-lhe mãos de socorro, perdão e CORREÇÃO [grifo meu]. No entanto, não é porque temos de ser amorosos, que faremos vistas grossas e seremos condescendentes com o erro. Se você quer saber o quanto o pecado é detestável para Deus, olhe para a cruz, veja o que Ele fez a Cristo, seu Único Filho, padecer por causa do seu e do meu pecado! […]

“Muitos pregam o maravilhoso evangelho do “eu também não a condeno” de João 8.11, mas, se esquecem de pregar o não menos maravilhoso evangelho do “agora vá e abandone sua vida de pecado” do mesmo João 8.11. É preciso entender que esta segunda afirmação também é carregada de amor, bondade e cuidado de Deus. Cristo só pôde dizer àquela mulher “eu também não a condeno” porque sabia que muito em breve ele padeceria horrores numa cruz em pagamento dos pecados dela, alguém teria de pagar aquela conta. […]

“Correção é dádiva! Seguir a Cristo implica em constante luta contra nossa natureza pecaminosa. Foi sempre assim, o apóstolo Paulo já dizia aos coríntios: “esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado”. Vejo muita gente falando por aí que Deus é amor, mas quase ninguém dizendo com a mesma ênfase que Ele também é santo [...] se fôssemos examinar ao longo de toda Escritura, o único atributo de Deus que é repetido três vezes é o atributo de sua santidade. Em nenhum lugar vemos Deus sendo chamado de justo, justo, justo, ou, amor, amor, amor. Servimos a um Deus que é Santo, Santo, Santo e seu amor não existe e nunca existiu em detrimento de sua santidade. Portanto, por mais dolorido que seja, que nos alegremos nos momentos em que formos julgados “segundo a reta justiça”, este será sempre um grande sinal de que Deus nos ama e quer o melhor para nós. […]

“Que não transformemos o evangelho do Cristo Bendito em uma ideologia barata, ou numa espiritualidade a la carte onde cada um se serve daquilo que bem entende e julga ser correto e mais confortável para si.

“Aliás, já perceberam que todos nós julgamos todo mundo e todas as coisas o tempo todo, e exigir que alguém pare de julgar é uma contradição lógica e ao mesmo tempo uma hipocrisia? Que tenhamos maior profundidade, coragem e maturidade em encarar as questões sérias que compõem a nossa realidade, sempre em amor, para glória de Deus e zelosos pelo próximo. As vezes é bem difícil, mas nunca foi tão necessário.”
Postagem original: Não julgueis! Será mesmo? - http://minhavidacrista.com/edificacao/nao-julgueis-sera-mesmo/ - acessado em 10/07/2018


Colocar a culpa nos outros: como a psicologia explica a dificuldade em assumir os erros no trabalho

“O ser humano tende a sempre tentar colocar a culpa em outras pessoas ou fatores externos para justificar seus comportamentos, posturas ou resultados [insatisfatórios] [...]. É muito comum se esconder atrás dos muros criados pela própria mente para se defender das frustrações, mesmo que isso aconteça de maneira inconsciente: por mais que o indivíduo saiba que cometeu um erro, sua mente ativa mecanismos defensores que tentam encontrar maneiras de fazer com que ele escape da culpa.

“A dificuldade para assumir os próprios erros existe porque encontrar culpados se tornou um hábito do ser humano: se está sofrendo é porque alguém está causando este sofrimento [...] e assim por diante.

“Ao assumir a própria responsabilidade pelos erros, por outro lado, é possível superar os acontecimentos e evitar que os mesmos problemas voltem a acontecer no futuro. Perceber que você permitiu que determinado fator negativo acontecesse em sua vida e que você é o único responsável por essas experiências é sinal de maturidade emocional.

“Seja nos relacionamentos interpessoais ou na vida profissional, fugir de seus erros e das consequências que eles trazem, assim como negá-los ou ignorá-los, faz com que você se afaste de diversas oportunidades de crescer. Isso faz com que você fique repetindo os mesmos padrões ao longo da vida, cometendo sempre os mesmos erros e lidando com as mesmas consequências.”

A publicação continua, sugerindo alguns passos a serem executados pela pessoa que deseja aprender a assumir os próprios erros, sem se martirizar com a culpa, mas, no entanto, sem se utilizar de meios espúrios para amenizá-la, como exemplo, projetando-a em outros. Cada passo é abordado de forma mais detalhada, mas aqui só farei uma recapitulação:

  • Reflita
  • Saia do modo automático
  • Saia do papel de vítima (vitimismo)
  • Perdoe-se (lembrando que perdoar-se, antes de obter alívio para a culpa, significa assumi-la, pois perdão é para quem errou, de outra forma, não seria perdão)

Postagem original: Colocar a culpa nos outros: como a psicologia explica a dificuldade em assumir os erros no trabalho - http://www.sbie.com.br/blog/colocar-culpa-nos-outros-como-psicologia-explica-dificuldade-em-assumir-os-erros-no-trabalho/ - acessado em 10/07/2018


Saiba por que é mais fácil culpar o outro…

“‘A culpa é minha e eu boto em quem quiser!’. A frase é do personagem Homer Simpson, mas tem um fundo de verdade. Vira-e-mexe colocamos a culpa nos outros; aliás, isso é quase um vício que dá certo alívio. Mas por que se faz isso? Para mostrar o quanto cada um é ‘perfeito’? Ou por que é mais fácil ficar eternamente agarrado à ‘Terra do Nunca’?

“‘A tendência do ser humano é não querer ver os seus defeitos, nem admitir os seus problemas. De uma forma projetiva jogamos nossos erros para o outro e evitamos olhar para nós mesmos. Quando a pessoa se sente culpada, se acha fraca e, quando faz o movimento de culpar o próximo, sente-se mais forte, mas na realidade está se defendendo’, diz a psicóloga Esmeralda Sarracini.

“Esse processo é uma tendência infantilizada. Vemos muito isso nas crianças. Elas quase nunca admitem os seus erros.”

A publicação segue orientando que é o amadurecimento que nos faz mudar esta postura, que é nos responsabilizando pelos nossos erros que podemos ter um indicativo de maturidade. Cita também depoimentos de pessoas que passam ou superaram este problema.

Postagem original: Saiba por que é mais fácil culpar o outro… - https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2011/02/11/saiba-por-que-e-mais-facil-culpar-o-outro.htm – acessado em 10/07/2018

Percebo que pessoas que não se responsabilizam pelos seus erros são aquelas mais “boazinhas” também e, por isso, não cobram aos outros dentro de suas responsabilidades, salvo uma única exceção: quando esta falta de responsabilização alheia irá responsabilizar ela mesma. Aí o bicho pega. Quando não, para os “bonzinhos”, é preferível manter os sorrisos, a boa fama, as relações “saudáveis” (na aparência) do que responsabilizar e perder o prestígio que, na verdade, nunca houve naquele nível observado.

Saber responsabilizar-se, portanto, é um sinal de maturidade e garantia de saúde para si mesmo e para relações de verdadeira amizade e respeito, no trabalho, com amigos, familiares e no amor.

Espero que, ao invés da voz do ego, tenhamos deixado a voz do Espírito de Deus nos alcançar, pois aqui o julgamento foi reto, isto é, dentro dos parâmetro bíblicos. Deus seja louvado.

Cláudio César M. dos Santos Jr.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Comentando A Falsa Piedade em Alguns Temas Cotidianos

Há quem compare o aborto (que é feito por uma mulher) com o abandono paternal (que pode ser feito por homem ou mulher) e há quem diga que não se pode comparar uma coisa com a outra. Irei me deter neste segundo grupo.


Dizem que o abandono de um pai (não mencionam propositalmente a mãe, que também faz isso) é causador de males piores que o aborto, pois, segundo eles, uma criança que nasceu e é abandonada sofre vários traumas emocionais; dizem que o abandono se trata da vida de uma criança, enquanto o aborto trata da vida de uma mulher; dizem que, por estes motivos, o abandono é pior que o aborto.


Eu discordo. O aborto não trata da vida de uma mulher sozinha, mas de ambos: mulher e criança, criança esta que será privada das felicidades e tristezas, as mesmas tristezas da referida criança que sofre abandono. Dizem que uma das dimensões da existência é o sentir e que vida sem emoções não é vida. E dizem mais: que sofrer também é viver e que quem nunca sofreu é porque nunca amou. Ué? Isso só é bonitinho nas poesias, nas conversas de mesa de bar e nos contos de fadas? Não é bonito para a criança ainda no ventre? Ela não tem o direito de sentir, de sofrer (ou superar), de amar? Muitas pessoas querem ter o direito de sentir, sejam alegrias ou sofrimentos, é um direito que cabe a cada um. Por essa lógica, onde está o direito da criança que é arrancada do ventre prematuramente pelo assassínio?


Dizer que o abandono é pior que o aborto é, no mínimo, hipócrita, para não dizer leviano, pois a um é dado o direito de sentir, mesmo que seja a dor, mas com ela vem muitas possibilidades, inclusive a de superação, mas, à outra, todos os direitos lhe são tirados, de sofrer, de superar, de se alegrar, se realizar, TUDO.


Não me venham com discursos bonitinhos que tentam apenas amenizar egoisticamente o aborto. O aborto é assassinato, é privação total, é tirania, é monstruosidade. E quem prefere isto é egocêntrico, ou seja, pensa que tudo o que mais importa é sua própria felicidade, seus sentimentos, seus anseios, sua dor e o resto que se exploda.


Pessoas assim são as mesmas que viverão priorizando o seu próprio bem estar na vida e colocarão o coletivo sempre em segundo plano.


Para pessoas assim, é difícil entender, porque certos políticos precisam continuar presos, porque, PARA ELAS, fizeram políticas boas, não importando os atos ilícitos (percebem o egoísmo?); para pessoas assim, é difícil entender porque muita gente torceu contra a seleção brasileira de futebol, porque, PARA ELAS, esporte não tem nada a ver com política, que ganhando ou perdendo, não vai mudar a história do país, e assim conseguem ter sua diversão garantida e "justificada" (olha o egoísmo de novo), mas não percebem que alguns torcem contra, porque desejam que alienados percam seu pão e circo para perceberem que o povo tem nada, se não for assim, permanecem iludidos e não vão para a rua (veja o pensamento coletivo de quem torceu contra e o individual de quem torceu à favor); pessoas assim, não conseguem entender porque foram criticadas durante a greve dos caminhoneiros por permanecerem abastecendo seus carrinhos, enquanto caminhoneiros passavam severas restrições, lutando pelo país inteiro, porque, PARA ELAS, o que mais importava era não ser atingido, não ter que andar de ônibus por um tempo, não ficar com a despensa desabastecida, ou seja, PARA ELAS, a luta tinha que ser só dos caminhoneiros, mas os benefícios, de todos (veja o egoísmo de novo).


São essas "coisinhas" que nos mostram quem as pessoas são. Estas conexões entre um tema e outro têm lógica, quando analisadas com interesse, e nos mostram quem as pessoas são.


Foi um textão, sim, sobre aborto, política, egoísmo, visando refletir a essência das pessoas. Pequenos atos revelam a grandeza ou abismo de um caráter.


É triste ver a sofisticação que foi alcançada hoje na capacidade de se justificar comportamentos reprováveis, meramente para se defender o interesse próprio, é isto tudo está profetizado na Bíblia.


"Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se desses também."


2 Timóteo 3:1‭-‬5


https://bible.com/bible/129/2ti.3.1-5.NVI


"pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus."


João 12:43 NVI

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